O câncer da boca, que abrange tumores malignos nos lábios e nas estruturas da cavidade oral, é uma condição de relevância significativa no Brasil. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados, e esse tipo de câncer é mais comum em homens com mais de 40 anos, sendo o quarto mais frequente entre o sexo masculino na região Sudeste do país.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2020 e 2022, estima-se que ocorrerão 15.190 novos casos de câncer de boca e orofaringe anualmente no Brasil. Desse total, 11.180 serão em homens e 4.010 em mulheres, resultando em uma taxa de incidência de 10,69 casos a cada 100 mil homens e 3,71 a cada 100 mil mulheres. Esse tipo de câncer é classificado como o 13º mais frequente no país.
Sinais e Sintomas
O câncer de boca pode ser difícil de identificar em suas fases iniciais. Entretanto, o Ministério da Saúde aponta alguns sinais que podem indicar a presença da doença, tais como:
- Lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam em mais de 15 dias, podendo apresentar sangramentos e crescimento.
- Manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas.
- Nódulos no pescoço.
- Rouquidão persistente.
Em estágios mais avançados, outros sintomas podem se manifestar, como:
- Dificuldade para mastigar ou engolir.
- Alterações na fala.
- Sensação de obstrução na garganta.
- Dificuldade para movimentar a língua.
Fatores de Risco
Diversos fatores estão associados ao aumento do risco de câncer bucal:
- Fumo: O tabaco está relacionado a 80% dos casos de câncer de boca, com risco proporcional à quantidade consumida.
- Álcool: O consumo elevado de bebidas alcoólicas, especialmente acima de 21 doses por semana, aumenta o risco, que é multiplicado por seis para aqueles que não consomem álcool.
- Idade e Sexo: O risco aumenta com a idade, e a maioria dos pacientes é do sexo masculino.
- HPV: A infecção pelo papilomavírus humano também pode estar associada ao câncer de boca.
- Irritações da mucosa bucal: Problemas como dentaduras mal ajustadas podem causar irritações.
- Imunossupressão: Pessoas sob tratamento com drogas imunossupressoras têm risco aumentado.
- Exposição solar: Profissionais expostos ao sol, como agricultores, apresentam maior incidência de câncer labial.
- Alimentação: Dietas deficientes em frutas e vegetais estão relacionadas a um maior risco.
O Papel do Dentista
Os dentistas desempenham um papel crucial na detecção precoce do câncer bucal. Durante consultas regulares, eles realizam exames das gengivas, lábios e bochechas. Ao identificarem lesões suspeitas, podem realizar biópsias para confirmação diagnóstica. Assim, é recomendada a visita ao dentista a cada seis meses.
Após o diagnóstico, um plano de tratamento é desenvolvido por uma equipe de especialistas, com a cirurgia frequentemente sendo um componente necessário. Posteriormente, o paciente pode ser