Dr. André Lunkes informa que novos estudos questionam a segurança dos cigarros eletrônicos, associando-os ao câncer de bexiga devido a substâncias carcinogênicas presentes nos líquidos. Pesquisas da Universidade de Pittsburgh e da Universidade de Nova York detectaram carcinógenos na urina de usuários e danos no DNA da bexiga. A popularidade dos cigarros eletrônicos aumentou entre os jovens, elevando o risco de transição para o tabagismo. Revisões de literatura e estudos em camundongos sugerem potencial carcinogênico, mas são necessários mais estudos a longo prazo para confirmar essa relação.
Dr. André Lunkes informa que o uso de cigarros eletrônicos, promovidos como alternativa mais segura ao tabagismo, está sendo questionado por novos estudos apresentados no encontro anual da American Urological Association (AUA). Pesquisas indicam que os líquidos utilizados nos cigarros eletrônicos podem conter substâncias carcinogênicas, como nitrosaminas, formaldeído, acroleína, metais e acetaldeído, o que pode aumentar o risco de câncer de bexiga.
Em um estudo da Universidade de Pittsburgh, pesquisadores analisaram a urina de 13 usuários de cigarros eletrônicos e de um grupo controle de dez não fumantes, buscando cinco carcinógenos conhecidos da bexiga: benz(a)antraceno, benzo(a)pireno, 1-hidroxipireno, o-toluidina e 2-naftilamina. Os resultados mostraram a presença de o-toluidina e 2-naftilamina na urina de 12 dos 13 usuários de cigarros eletrônicos, enquanto esses carcinógenos não foram encontrados no grupo controle.
Dr. André Lunkes explica que outro estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York apontou que a fumaça do cigarro eletrônico pode induzir danos tumorigênicos no DNA da mucosa da bexiga em camundongos e em células uroteliais humanas em experimentos in vitro.
A popularidade dos cigarros eletrônicos aumentou significativamente entre os jovens, particularmente nos Estados Unidos, onde o uso cresceu 900% entre 2011 e 2015. Estudos indicam que o uso de cigarros eletrônicos pode aumentar a probabilidade de transição para o tabagismo, que é associado a um risco três vezes maior de desenvolver câncer de bexiga.
Dr. André Lunkes enfatiza que uma revisão de literatura realizada em março de 2023 analisou estudos sobre a relação entre cigarros eletrônicos e câncer de bexiga, utilizando bases de dados como MEDLINE, Cochrane, LILACS e Scielo. Foram selecionados cinco artigos relevantes, que indicam uma correlação potencial entre o uso de cigarros eletrônicos e o desenvolvimento de câncer urotelial, embora a maioria dos estudos ainda seja pré-clínica.
Um estudo em camundongos expostos ao vapor dos cigarros eletrônicos revelou desenvolvimento de hiperplasia urotelial vesical, sugerindo potencial carcinogênico. Outra pesquisa apontou que componentes dos líquidos dos cigarros eletrônicos podem afetar células uroteliais, um fator relevante na progressão e recorrência do carcinoma urotelial.
A análise da urina de usuários de cigarros eletrônicos encontrou carcinógenos conhecidos, como pireno, naftaleno, tolueno, fenantreno, o-toluidina e 2-naftilamina. No entanto, ainda não está claro se os níveis de exposição são suficientes para induzir carcinogênese humana. A literatura sobre os efeitos dos cigarros eletrônicos no câncer de bexiga é escassa e a maioria dos estudos mais robustos se concentra nos impactos cardiopulmonares.
Ensaios clínicos e estudos de coorte são necessários para avaliar os efeitos de longo prazo dos cigarros eletrônicos na gênese do câncer de bexiga. Embora a relação entre o uso de cigarros eletrônicos e a carcinogênese exista, são necessários mais estudos a longo prazo para confirmar essa correlação.