Saúde

Gustavo Mota | 05/07/2024 10:34

05/07/2024 10:34

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Julho Amarelo: Conscientização e combate às hepatites virais

Testes rápidos ampliam diagnóstico precoce de hepatites B e C

As hepatites virais são um problema significativo de saúde pública no Brasil e no mundo. Essas infecções afetam o fígado, podendo causar alterações leves, moderadas ou graves, e são causadas por vírus, uso de medicamentos, álcool, outras drogas, ou por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.

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As hepatites virais muitas vezes são infecções silenciosas, sem apresentar sintomas. Quando presentes, os sintomas podem incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. O vírus da hepatite D é mais comum na região Norte do país, enquanto o vírus da hepatite E é encontrado com mais frequência na África e na Ásia.

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B e C frequentemente se tornam crônicas. Muitas pessoas desconhecem a infecção devido à ausência de sintomas, o que pode permitir a evolução da doença por décadas sem diagnóstico. A infecção crônica pode causar fibrose avançada ou cirrose, levando ao desenvolvimento de câncer de fígado e à necessidade de transplante hepático.

Anualmente, aproximadamente 1,4 milhões de pessoas morrem no mundo devido a infecções agudas, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C é comparável às do HIV e da tuberculose.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testes rápidos para detectar infecções pelos vírus B e C. Todas as pessoas devem ser testadas ao menos uma vez na vida, com populações vulneráveis sendo testadas periodicamente.

A vacina contra a hepatite B está disponível gratuitamente no SUS, embora a hepatite B não tenha cura. A hepatite C, por outro lado, pode ser tratada com medicamentos que permitem sua cura, mas ainda não há vacina para esta infecção.

A campanha “Julho Amarelo: Mês de Luta Contra as Hepatites Virais” foi instituída pela Lei nº 13.802/2019, com o objetivo de reforçar ações de vigilância, prevenção e controle da doença. O Ministério da Saúde realizará o Seminário “20 anos da Política Nacional de Hepatites Virais” para avaliar os avanços e reavaliar as estratégias para eliminar as hepatites até 2030, meta defendida pela Organização Mundial da Saúde.

Entre 2000 e 2023, foram notificados mais de 785 mil casos de hepatites virais no Brasil. Devido à natureza silenciosa da doença, muitos casos evoluem para cirrose hepática e câncer de fígado.

Diagnosticar precocemente as hepatites B e C é essencial para um tratamento eficaz. Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, destaca a importância da identificação precoce do vírus e da vacinação para prevenir a transmissão da doença.

O SUS oferece testes rápidos e laboratoriais para diagnosticar hepatites virais em unidades básicas de saúde e Centros de Testagem e Aconselhamento. O tratamento para hepatite A envolve repouso e cuidados alimentares. Já a hepatite C é tratada com antivirais de ação direta, com altas taxas de cura. A hepatite B, embora sem cura, é tratada com medicamentos específicos para reduzir o risco de progressão da doença.

A prevenção das hepatites A, B e C inclui cuidados com a higiene, uso de preservativos, materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhamento de itens pessoais. A vacina contra a hepatite A é oferecida para crianças e populações especiais, enquanto a vacina contra a hepatite B é universal.

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