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Lance Notícias | 23/08/2022 18:03

23/08/2022 18:03

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Oro Fashion House: xaxinense faz sucesso na Austrália trabalhando com moda

Desde criança, Simone já tinha a habilidade de enxergar a moda e o estilo de uma maneira diferente. Desde os cinco anos de idade gostava de se vestir e já escolhia suas roupas. Na sua adolescência, com seus 14 anos, Simone e a família vieram morar em Xaxim e com 16 anos, Simone começou a […]

Oro Fashion House: xaxinense faz sucesso na Austrália trabalhando com moda

Desde criança, Simone já tinha a habilidade de enxergar a moda e o estilo de uma maneira diferente. Desde os cinco anos de idade gostava de se vestir e já escolhia suas roupas.

Na sua adolescência, com seus 14 anos, Simone e a família vieram morar em Xaxim e com 16 anos, Simone começou a trabalhar na Colcci, seu primeiro contato com roupas em loja. Quando ingressou na faculdade, seu curso, claro, foi de designe de moda e seu trabalho, pagava sua faculdade.

— Viemos de uma família muito humilde e nossos pais nos ensinaram muito a ir atrás dos nossos sonhos e a trabalhar para conseguir o que precisávamos, então eu trabalhava durante todo tempo da faculdade, em diversas lojas, mas a maior parte, onde começou mesmo o trabalho do style foi na Lorenci, fiquei lá por uns três anos, mas foi nessa época que eu tive liberdade para trabalhar com o visual merchandising que era deixar a loja bonita, ter experiências com os clientes, na loja, de vestir pessoas reais, o vitrinismo — comenta.

Nesse tempo, Simone pôde criar companhas de moda, fashion shows e desfiles na Lorenci, quando teve a oportunidade de ser convidada pela Flash Vip para começar a fazer editoriais de moda de todas as edições. Foram seis ou sete edições, segundo Simone, onde ela criava conceito, achava as modelos, fotógrafos e fazia a produção de todos os editoriais de moda.

A partir dali, Simone mudou da Lorenci e foi trabalhar como management da Madre Santa, uma loja conceito onde Simone teve mais oportunidades de trabalhar com marcas grandes de moda e fazer editoriais e também trabalhar como style para as clientes.

Paralelo a isso, quando começou a trabalhar como style, Simone começou a fazer seções na casa das clientes.

— Não foi nenhum curso que eu fiz na época, eu só tive um instinto de começar a fornecer um serviço de personal style na casa das pessoas, então eu cobri várias áreas da moda instintivamente, indo atrás e fazendo isso acontecer — comenta.

Depois da Madre Santa, Simone começou a trabalhar em uma loja de Concórdia chamada Divine Boutique e na Divine também teve a oportunidade de criar vários fashion shows, fazer diversos lançamentos de coleções e atender as clientes na loja como personal stylist e fazer workshops de moda.

Até o momento que decidiu se mudar para São Paulo para trabalhar. Lá, Simone trabalhou com a marca Marcia Araújo, e de uma loja conseguiu transformar em uma rede de lojas e nessa época Simone abriu a sua primeira empresa de consultoria de moda, onde oferecia uma lista de serviços, chegando a trabalhar até para loja Miranda de Chapecó onde treinava a equipe e dava workshop e ensinava outras mulheres que trabalhavam com lojas na época a vestirem outras mulheres.

Nessa lista de serviços Simone fazia campanhas da loja, lançamentos, editoriais.

— Eu juntei todas as coisas que eu aprendi em seis anos de carreira, montei a empresa e oferecia esses serviços e fazia tudo isso paralelamente com a Divine Boutic e outras lojas de Chapecó e a loja de São Paulo, então passei dois anos viajando entre São Paulo e Santa Catarina – detalha.

Simone conta que passou alguns anos fazendo consultorias e depois disso, em 2017, sua melhor amiga estava morando na Austrália em Sydney e lhe fez um convite de passar um ano cm ela para aprender inglês e para ver como era a moda lá.

Simone decidiu se mudar para Austrália e ficou um ano fechando todos os contratos com as lojas, agências, fotógrafos, com os quais trabalhava.

— Demorei um ano para conseguir fazer um alinhamento de fechar a empresa e deixar tudo alinhado com os trabalhos que eu estava fazendo ali para ir para vir para a Austrália. Quando cheguei aqui, já na segunda semana eu já tive uma sensação de que aqui era meu lugar e desde quando eu cheguei, mesmo se saber o inglês, eu fiquei quatro meses estudando inglês, porque eu não tinha um inglês bom e quando eu comecei a trabalhar, eu trabalhei em alguns restaurantes e cafés, mas quando meu inglês melhorou, eu já comecei a gerenciar uma rede de lojas de uma marca australiana muito famosa aqui e comecei a conhecer muita gente, de outros países e comecei a levar a ideia dos style – conta.

Mais para frente quando precisava encontrar uma forma de ficar na Austrália e conseguir o visto, Simone começou a trabalhar na Billabong, em uma loja onde tem várias marcas internacionais e teve uma oferta de ter um visto pela Billabong, então ficou trabalhando com essa empresa e dava worshops e fazia stylist.
Simone ficou no aguardo desse visto por oito meses e nesse tempo, Simone teve a ideia de montar sua própria loja, porque percebeu que o mercado de moda da Austrália é muito diferente.

— Você vai nas lojas aqui e você não encontra um bom serviço, as pessoas não te oferecem, o povo aqui não ganha comissão e eu comecei a enxergar várias coisas que eu falava “nossa no Brasil isso aqui é muito mais evoluído, então eu pesei em montar minha própria loja com a menina que trabalhava comigo, Roxana, onde eu era gerente e ela subgerente, e montamos o projeto da Garage Colect que foi de onde veio muito do meus valores, porque eu percebi que o consumismo era muito desenfreado e que as mulheres compravam muitas roupas e que essas roupas iam em algum momento para o lixo — explica.

Simone despertou seu lado consciente com relação ao consumo de moda e sempre teve isso em sua mente, de trabalhar para que de alguma forma, a moda fosse mais sustentável.

— Comecei a vender roupas de segunda mão, de início selecionei minhas roupas que eu não usava, mas eu e minha sócia fizemos uma feira e vendemos todas as nossas roupas e juntamos o dinheiro para começar a comprar roupa de um revendedor que vendia roupas vintage, que são peças dos anos 70,80 e 90, bem antigas e roupas de segunda mão. De marcas australianas— comenta

No processo da loja, Simone e a sócia começaram a fazer eventos, produção de fotos, montar instagram, website e nisso tudo, no período de oito meses que Simone aguardava seu visto pela Billabong.

No processo de montar a loja, Simone conheceu alguém muito especial, um rapaz australiano, que hoje é seu noivo e que na época, sabia que talvez Simone precisaria se mudar por conta do visto.

Quando o visto chegou, o rapaz ofereceu o visto de partner e Simone tomou a decisão de ficar na Austrália com sua loja e aceitar o visto dele, então teve que ligar para o diretor geral da Billabong para explicar que não queria mais o visto.

— Foi um divisor de águas da minha vida, onde eu tive que tomar uma decisão muito importante de deixar um visto, por uma empresa e pegar um visto diferente e ao mesmo tempo continuar com meu sonho— explica, Simone.

Passando dessa fase, Simone se dedicou muto para construir a Garage Colective onde tinham o conceito do personal stylist na loja, vendendo as peças de segunda mão e aplicando um conceito de sustentabilidade, algo que sempre cresceu muito dentro de Simone.

Foram três anos e meio de loja, onde houve muito crescimento, e nunca enfrentaram nenhum problema financeiro nem com clientes. A loja foi aberta em uma praia que se chama Bondi Beach que é a praia mais famosa de Sidney.

— Eu não conseguia nem acreditar que eu estava morando em Sidney com um projeto incrível desse, em um espaço tão incrível, numa cidade incrível. Ficamos muito conhecidas, tudo estava indo de vento em poupa, como se diz no Brasil, até que o Covid veio e bateu muito forte e tivemos que fechar as portas. Foi algo muito complicado para mim e eu cheguei quase no estado depressivo, sem saber o que fazer — conta.

Simone teve que procurar um emprego e trabalhar para outra loja e aquilo estava de certa forma lhe matando, e embora tivesse começado a trabalhar numa marca muito famosa da Austrália, não estava sendo feliz naquele lugar, pois teve de deixar sua loja que era seu sonho.

Nos dois anos da Covid-19, Simone se reinventou. Entrou em um processo de trabalhar para ela mesma e então desfez sua sociedade e ficou nesse período fazendo cursos, se especializando em consultoria e montei serviços de consultoria.

— Como eu não tinha a loja, fiquei trabalhando nessa marca Australiana e paralelamente fiquei trabalhando no processo de me divulgar e de fazer a consultoria de moda. Lancei um website, continuei fazendo muitos serviços e nisso eu senti que eu criei um espaço e um respeito novamente. Mas aí, não tendo a loja, eu mesma, como Simone Oro personal stylis, criei um bom nome. Meu website ficou incrível, trabalhei muito pra deixar esse website com todos os serviços e fazer todas as divulgações e a partir disso conquistei meu espaço— comenta.

Simone conta que teve dificuldades para comprar roupas para suas clientes e despertou o desejo novamente de ter uma loja e depois desse amadurecimento, Simone percebeu que não gostaria mais de ter uma loja na rua e conversando com seu noivo, resolveu fazer isso online, por já ter dado consultoria para pessoa da Tasmânia, Nova Zelândia e diferentes estados da Austrália, México e na Colômbia.

Quando pensou novamente em ter uma loja, pensou em trabalhar de casa, onde pudesse montar sua loja, vender online, e que também pudesse atender pessoas presencialmete em sua casa e continuar fazendo consultorias.

Há dois meses Simone desenvolveu uma marca, não trabalhando somente como Simone Oro e abriu a Oro Fashion House.

— Eu tive a sorte de encontrar uma casa, meu Partner encontrou uma casa absolutamente incrível em outro bairro aqui em Sidney e rapidamente, foi como se eu colocasse todas as coisas no lugar certo. Aqui na Oro Fashion House eu tenho um espaço onde eu recebo as clientes, curadoria de peças de segunda mão e vintage e falo sobre sustentabilidade, vendo online as peças e faço os serviços e faço produção de eventos aqui, também tendo colaborações de outras marcas – diz.

Nesse novo momento que está vivendo em sua vida com a Oro Fashion House, Simone passou por um processo de 17 anos de carreira, onde carregou consigo esse talento e com o gift de vestir pessoas e hoje em dia, traz consciência e confiança às pessoas que atende.

— Me sinto em um momento de auge de careira com meus 37 anos e finalmente eu sinto que eu juntei basicamente tudo que eu fiz na minha vida e na minha carreira em um momento só. Então, já é u sucesso, mas daqui para frente eu acredito que será cada vez melhor e pretendo no futuro ter funcionárias, além da outra personal stylist trabalhando comigo, e também pessoas que possam cuidar do meu website, do meu Instagram e imagino fazer esse business crescer mais e mais, agora com conceitos e valores muito sólidos no mercado da Austrália e para o mundo— finaliza.

Acompanhe as redes sociais da Simone Oro: @simoneoro_

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