Com apenas 24 anos a médica-veterinária Eduarda Sparremberger chama a atenção pela desenvoltura ao gerenciar boa parte dos negócios da família, na Fazenda Estrela do Oeste. A jovem que, também é técnica de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária […]
Com apenas 24 anos a médica-veterinária Eduarda Sparremberger chama a atenção pela desenvoltura ao gerenciar boa parte dos negócios da família, na Fazenda Estrela do Oeste. A jovem que, também é técnica de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), gerencia a produção de gado de leite da propriedade, situada na Comunidade São Francisco, em Xaxim. Foi nesse local que ocorreu nesta semana o Dia de Campo do grupo da ATeG Pecuária de Leite, realizado por meio do Sindicato Rural de Chapecó.
O objetivo foi apresentar os diferenciais da fazenda e mostrar como a sucessão familiar pode ser bem-sucedida quando ocorre de forma planejada e organizada. Eduarda conta que desde os 15 anos ajuda nos negócios da família e hoje comanda a pecuária de leite, com apoio da mãe Edriane, enquanto seu pai, Nilson, coordena a avicultura e a lavoura (milho e aveia) voltada para alimentar os bovinos. A propriedade conta com 72 hectares de área e, atualmente, contabiliza 51 vacas em lactação. A produção mensal de leite é de mais de 40 mil litros.
Segundo Eduarda, a família prioriza investimentos em inovações e tecnologias para garantir um produto de qualidade ao consumidor final. Entre os destaques está o Sistema de Compost Barn implantado em 2020 para garantir conforto e um local seco para os animais ficarem durante o ano.
— A partir desse momento a propriedade passou a ser vista e gerenciada como empresa. Nossa visão é produzir leite com qualidade sempre pensando na saúde do consumidor. Investimos fortemente em conforto animal e melhoramento genético e os resultados são positivos. Nossa média de contagem bacteriana total do leite é 10 — comenta Eduarda ao realçar que a família é consciente de que não adianta ter bons pais se não tiver cria e recria.
— O aumento da produção é consequência dessas ações — conclui.
Além da explanação de Eduarda, o Dia de Campo contou com visita aos ambientes da propriedade, palestra sobre Criação de bezerras com o supervisor técnico da ATeG Leandro Simioni e explanação do supervisor regional do Senar/SC Helder Barbosa, sobre a importância de uma boa gestão para o sucesso dos negócios.
PROGRAMA ATEG
O Programa de Assistência Técnica e Gerencial visa oferecer ao produtor rural um modelo de adequação tecnológica associada à consultoria gerencial, que priorize a gestão da atividade de forma eficiente e, com isso, permita alcançar mudanças efetivas no ambiente das empresas rurais. As oficinas técnicas e os Dias de Campo têm por objetivo trazer informações complementares e trocas de experiências com a finalidade de oferecer acesso a informações práticas e objetivas sobre cada área de atuação.
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, ressalta que desde que foi criado em 2016, o programa ATeG na área de pecuária de leite atendeu mais de 5200 produtores em 209 municípios catarinenses. Atualmente, a iniciativa contabiliza 72 grupos com 2.050 produtores no Estado.
— A ATeG vem sendo essencial para fortalecer o empreendedorismo no campo, gerando mais produtividade e rentabilidade para as famílias — fala.
Para o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, os significativos resultados são realidade porque há um trabalho feito com comprometimento e dedicação por todas as equipes e parceiros envolvidos nos programa.
— Cada vez que visitamos uma propriedade ficamos orgulhosos por ver de perto que o produtor realmente coloca em prática as técnicas de gestão, genética, manejo, entre outras melhorias oportunizadas pela ATeG — diz.
A coordenadora da ATeG SC, Paula Coimbra Nunes, observa que, com a ATeG, o produtor explora novas ferramentas que potencializam o crescimento de seus negócios.
— São dois anos de acompanhamento para aprimorar as técnicas e o gerenciamento, tornando a produção mais eficiente e lucrativa. As atividades são realizadas com grupos de 25 a 30 produtores organizados de acordo com a produtiva. Quem tiver interesse em participar pode entrar em contato com o Sindicato Rural de sua região — finaliza.