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Lance Notícias | 03/08/2022 11:53

03/08/2022 11:53

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Da caixinha de lápis de cor à pintura de telas com retratos, conheça a história de Erliete Zavascki

Erliete Zavascki, nascida numa família simples de Seara, desde criança diz ter essa paixão pela pintura. O dia mais feliz de sua vida, quando criança, foi na época em que tinha 11 anos, quando ganhou de seu pai a primeira caixa de lápis de cor. — Consegue imaginar minha alegria? Essa paixão ela vem de […]

Da caixinha de lápis de cor à pintura de telas com retratos, conheça a história de Erliete Zavascki

Erliete Zavascki, nascida numa família simples de Seara, desde criança diz ter essa paixão pela pintura. O dia mais feliz de sua vida, quando criança, foi na época em que tinha 11 anos, quando ganhou de seu pai a primeira caixa de lápis de cor.

— Consegue imaginar minha alegria? Essa paixão ela vem de muitos e muitos anos — comenta.

Seu início com a pintura foi através de uma exposição que Erliete foi do artista Oswaldo Sette e da Clarice Iankke, na femi em Xanxerê. Ela conversou com Clarice, demonstrou seu interesse pela pintura, mas demorou ainda um tempo para começar as aulas.

Quando ainda morava em Seara, com 15 anos, Erliete dava aulas em escolas do interior. Depois, quando casou e veio morar em Xaxim, começou a dar aulas na escolinha Florindo Folle e também no Cecília Meireles para a pré-escola.

— Deve fazer uns 25 anos que eu pinto quadros. Com o passar do tempo eu fui desenvolvendo essa atividade e aí comecei a dar aula de pintura na casa da cultura, depois fiz um atelier aqui em casa e comecei a dar aula aqui — diz.

O tempo passou e Erliete teve uma loja junto com sua irmã aqui na cidade chamada Perfil modas, que hoje ainda existe na cidade de Xaxim. Depois Erliete teve duas filhas, a Maju, primogênita e Janaína, a mais nova. Embora estivesse se dedicando à loja e também a criação das filhas, Erliete ainda sentia arder no coração a vontade de se dedicar a pintura em tempo integral.

Então ela e a irmã venderam a loja e Erliete decidiu voltar a se dedicar a pintura, desta vez, de modo diferente. Começou a vender seus quadros e embora coma venda dos mesmos não tivesse um “salário”, sempre teve sua renda e também independência.

Com o passar dos anos Erliete percebeu que sozinha, conseguia desenvolver seu trabalho melhor e tudo estava indo muito bem. No ano de 2015, sofreu uma perda significativa. Sua filha mais nova Janaína, faleceu de câncer e todo aquele fogo que ardia pela arte, foi apagado.

Vivenciar o luto também foi necessário para o aperfeiçoamento de Erliete que ficou dois anos sem pintar nenhuma tela. Nesse período o apoio da família foi fundamental e Erliete conta que sua filha mais velha, Maju, foi a grande incentivadora para que a mãe voltasse a fazer o que tanto amava, mas que tinha ficado ali guardadinho, quase que esquecido, depois da perda.

Um dia, Maju disse à sua mãe que gostaria que ela a pintasse, que fizesse um retrato dela e outro de seu esposo. As telas fizeram muito sucesso e logo outras pessoas demonstraram o interesse de terem seus retratos pitados por Erliete e começaram a fazer seus pedidos.

Mas não foi só vendendo telas que ela conseguiu uma renda bacana para viver. Por um tempo, Erliete também deu aula na Casa da Cultura de Xaxim.

— Teve um tempo na Casa da Cultura que eu tive 45 alunas. Fazia turma de crianças com oito e nove e dava aula de manhã e de tarde e algumas noites, foi muito bom. Mas eu dando aula só de pintura não desenvolvia a minha arte, porque quando se dá aula, se foca mais no ensinar, copiar de alguém, reproduzir aquilo que o aluno escolhe, mas eu tinha o desejo de desenvolver mais o meu trabalho a minha criação. Então diminuí as turmas e me dediquei no meu trabalho e nas minhas obras de arte— conta.

Todos os quadros de Erliete, são de sua criação e atualmente ela dá aulas uma vez por semana

— Uma coisa que me inspira muito, me dá ânimo e eu acho que é um exemplo para todo mundo, é que eu tenho duas alunas já idosas, uma tem de 77 anos e outra de 85 anos, e elas pintam aqui comigo e vem toda segunda feira. Elas são minha companhia, e eu trabalhava muito sozinha. Eu gosto muito de estar com pessoas, ouvir histórias das vidas delas, porque as pessoas mais velhas sempre têm histórias de vida para compartilhar, isso é muito bom— fala emocionada.

Atualmente, Erliete faz encomendas não só de retratos, mas de tudo que o cliente quiser.

— Estou amando um novo projeto que estou desenvolvendo que é a pintura em madeira de demolição. Um trabalho muito bonito para varandas, área de jardins, espaços gourmet— explica.

Ela também conta como uma cliente quis sua encomenda.

— Teve um exemplo de uma pessoa que queria um quadro com araras e flor de café, então eu peguei uma foto da internet de duas araras e criei os galhos do café com as flores de capé que a pessoa pediu. Eu não sei nem explicar, mas no meu trabalho hoje, eu sempre sigo o que a pessoa quer. Tanto com as clores que combinem com o espaço, ou se a pessoa diz, eu gosto de flor de cerejeira, de laranjeira eu coloco no quadro — finaliza.

Os retratos são pintados no estilo moderno, não de fotografia, até porque Erliete diz não gostar de ser muito tradicional e certinha nas pinturas e também explica que os valores variam de acordo com o tipo de quadro, se é retrato ou não e também do tamanho da tela.

Acompanhe o trabalho realizado por Erliete nas redes sociais: @erlietez

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